- Ai de vós, condenados, que jamais vereis o céu! - E dirigindo-se a mim:
- E tu, alma viva, afasta-te destas almas que estão mortas!
- Não, Caronte, retrucou meu guia. Não podes vedar-nos a passagem. Não perguntes nada. E leva-nos à outra margem. A ordem vem do alto. Quem pode, ordena.
Na outra margem, seguimos juntos entre almas desnudas, em meio àquela prole pervertida de Adão, que, rangendo os dentes, blasfemavam contra Deus, contra a pátria, contra o tempo, contra o lugar, contra tudo...
Ao vermos Lúcifer se mover, agarramo-nos a ses pêlos e fomos baixando aos poucos, até percebermos que estávamos de pernas para o ar. Começávamos a sair, aquele era o centro da Terra.
Acompanhando o som de um riozinho invisível, que ali nascia, penetramos por uma vereda que nos levou a uma abertura na rocha, onde vimos brilhar as estrelas do céu.
Um comentário:
divina comedia por aqui ursinha ?
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