segunda-feira, 7 de setembro de 2009

AMAS A NOITE PELO PODER DE ANIQUILAMENTO QUE ENCERRA E SABES QUE, DORMINDO, OS PROBLEMAS SE DISPENSAM DE MORRER


Provisoriamente não cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrãneos. Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços, não cantaremos o ódio porque esse não existe, existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro, o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos, o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas, cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

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